O texto de Teberosky trata do mesmo assunto do anterior, de Emilia Ferreiro. Porém esta autora vai analisar a construção do conhecimento sobre a escrita do ponto de vista da criança, como acontece para ela este momento, não apenas em análises cognitivas. O exemplo utilizado de início é o caso de Andrea, de 5 anos de idade, que está construindo a escrita do seu nome. Este caso me fez lembrar sobre a discussão (postado no blog e discutido em sala) da importância da aprendizagem/construção da representação escrita do nome próprio, que em muitos caso parte dele o conhecimento das primeiras letras. Voltando ao momento de Andrea, a menina sofre conflitos de ordem cognitiva entre o ler e escrever, entre a sua construção representativa do seu nome o modelo proposto pelo pai. E é através de suas tentativas que ela vai se aproximando da construção desse conhecimento, no ato de rasurar, acrescentar letras ou diminuir a escrita, Andrea vai criando hipóteses, resolvendo os problemas encontrados e elabora conceituações sobre a escrita. Teberosky coloca que as hipóteses construídas pelas crianças são "verdadeiros problemas conceituais, semelhantes aos que os seres humanos se colocaram ao longo da história da escrita". Partindo dessas hipóteses que as crianças farão antes mesmo de começar a construir a sua compreensão do funcionamento do sistema alfabético. Esse processo "inicia-se" com a diferenciação de desenho e letra, após visualizando a letra pela sua representação gráfica e não pelo significado, é que a criança começará a fazer uma distinção importante que é a do que "são para ler" daquilo "que serve para ler", estes pontos são importantes pois trazem consigo princípios organizadores fundamentais para o processo de construção da escrita, que é o princípio de quantidade miníma e o princípio da variedade interna (conceitos já explicitados segundo a visão de Ferreiro - texto 5).
Quando as crianças conseguem perceber regularidades na escrita, distinguindo o que pode ser lido . Indica que já compreendem "algumas características que derivam do fato de a escrita ser um sistema simbólico com significado linguístico, ou seja, as crianças começam a perceber a intencionalidade comunicativa do texto, iniciando a compreensão da funcionalidade simbólica da escrita, onde um objeto passa a ter significado linguístico. No entanto para ela a escrita serve para denominr os objetos ou imagens, por isso na fase inicial a criança acredita que a escrita "está dizendo" o nome do objeto mais próximo, só depois ela terá a representação do objeto como algo fixo. (Como foi apresentado no vídeo da Nova Escola, postado no blog do professor, com as figuras dos bichos).
A hipótese do nome é importante pois nesse momento a criança consegue diferenciar entre os nomes próprios e comuns, podemos perceber esse fato na fala espontânea de crianças, ao usar ou não o artigo. Porém na reprentação gráfica as crianças que começam a desenvolver a "leitura" criam a hipótese do "que está escrito e o "que se pode ler", onde ela entende como o que esteja escrito sejam os substantivos e o que pode ser lido parte mais de uma interpretação, já que a leitura das palavras com funções gramaticais inicialmente não representam sentido. Assim como os espaços em branco presentes em textos e orações. O uso das unidades separadas por brancos, ou seja, as palavras gráficas, trata-se de um conhecimento procedimental, que apenas se conhece com a utilização prática.
Quando a criança começa a utilizar a representação silábica para construir suas hipóteses demonstra a passagem da fase pré-silábica para a silábica. Começando a fazer relação entre linguagem oral e escrita. Na fase silábica em geral a criança utilizará primeiro as vogais, pois representam maior sonoridade. A capacidade de analisar a silába sugere que a escrita esteja no momento silábico alfabético.
"Mais tarde termino esta postagem, pois estou indo a faculdade" Até mais!
Retomando o texto:
Desde de muito cedo as crianças conseguem fazer distinção da linguagem oral para a linguagem utilizada nos textos, isso fica evidenciado na escolha que elas fazem das palavras, que variam de acordo com a situação (oral ou textual). Assim como podem apresentar conhecimentos prévios, antes mesmo do conhecimento das letras, sobre a organização gráfica de um texto, como se estrutura por exemplo uma lista de compras ou um bilhete, sabendo distinguir as diferentes organizações. O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais (em caso de dúvida reler a postagem do dia 03 de maio) é possível pelo contato cotidiano com estes materiais que as crianças fazem e a possibilidade de ter suas funções explicitadas, tarefa esta muito importante aos educadores que devem apresentar diferentes tipos e gêneros textuais as crianças mesmo antes da aprendizagem da leitura e escrita, por exemplo no caso de atuação na Educação Infantil como é o meu caso, ler textos que sejam de diferentes tipos textuais não ficar preso apenas a narração, e quando possível fazer ela entrar em contato com diferentes gêneros também, com a minha turma usamos as letras da músicas que elas mais gostam nas paredes da sala com a representação do desenho e a letra da música, não é mostrado a letra a criança cada vez que a música é cantada mas elas sabem que ali está a música. Outro dia estava escrevendo na agenda de uma criança, e outra parou perto de mim e perguntou: Tia o que você tá fazendo? Eu então poderia ter respondido apenas que estava escrevendo, ou muito pior ter ignorado a pergunta, mas respondi, deixando mais amostra a escrita: Estou escrevendo um bilhete para a mãe do amiguinho. E a pergunta veio: Por que tia ela tá fazendo bagunça? A criança que me fez está pergunta pode ter escutado isso e apenas reproduz, mas na sua fala está implicito, mesmo que não seja algo consolidado, a noção de que o bilhete leva ua informação, de que a agenda serve a um meio comunicativo.
Para finalizar, algumas concepções sobre a escrita e a linguagem escrita
Tradicionalmente a escrita tem sido concebida como um código gráfico de transcrição da fala, que implica dizer que a aprendizagem da escrita é uma codificação que será realizada pelo indivíduo. Pensadores atuais concebem a escrita como um sistema de representação da linguagem, que foi constituída através de uma longa história social e que seu processo de aprendizagem afeta a linguagem.
A percepção de certa unidades da fala ofre influência direta da experiência do falante, principalmente quando se trata de nomes próprios ou estrangeiros, fazendo com que os indivíduos percebam de modo diferente cada palavra. Ferreiro coloca que a escrita não serve apenas para um modelo de análise da fala, mas também como um filtro de precepção. A experiência cultural e social do falante, a linguagem e a escrita são indissociavéis no processo da representação gráfica da língua deve acontecer junto ao aprender a ler e compreender aquilo que se lê.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário