quinta-feira, 2 de julho de 2009

Considerações do texto 5 (Emilia Ferreiro)

Antes da criança fazer a representação alfabética da escrita, ela passa por processos cognitivos, chamados de representações pré-alfabéticas, que ela usará para fazer suas hipóteses de escrita. Essas hipóteses se desenvolverão pela absorção da informação dada, que será assimilado parte da informação, aquilo que a criança consegue assimilar, o que não é assimilado é descartado, através de suas interpretações próprias, fará as suas hipóteses. Seus primeiros conflitos são com relação a diferença entre letra e número, e também entre os diferentes tipos de representações destes, cursivas ou bastão. Nesse texto Emilia Ferreiro trata dos conflitos cognitivos na representação escrita da linguagem em torno das representações entre o todo e a parte, ou seja, entre a escrita/palavra e letras/fonemas. Essas representações costumam acontecer em uma ordem: A primeira representação escrita que a criança faz ocorre sem a busca de correspondência entre o som e a escrita, nessa fase a criança supõe que a escrita representa o nome da figura que está mais próxima, e se caso a palavra esteja fora de um contexto esta não terá sentido. Nesse momento também fará a distinção entre número e letra. No início as crianças podem achar que determinada escrita, como o seu nome por exemplo está em uma palavra ou em um texto. Mais tarde ela começará a controlar a quantidade gráfica para compor cada escrita, onde ela fará sua escrita de acordo com o número de objetos ou pelo seu tamanho real, por exemplo para escrever "coelho", um animal pequeno representará com poucas "letras" e "leão" com um número de caracteres maior. No caso de mais de um objeto, que seria o plural da palavra, colocará uma sequência maior com as mesmas "letras" do singular. Com a hipótese da quantidade mínima a criança acaba entrando em conflito com esse tipo de representação em que o número de objetos tem relação com a escrita. O próximo momento é chamado de hipótese silábica em que ela começa a desenvolver relação entre som e escrita, que as suas diferenças ocorrem em concordância com a primeira, o que faz com que a criança comece a usar um tipo de representação gráfica correspondente a cada fonema. Mas essa representação é feita ainda de forma aleatória, onde pode ser representado por consoantes ou vogais, ou ainda a tentativa de representação de uma letra que ela ainda não sabe reproduzir. Porém terão relação com o número de silábas da palavra. Antes de entrar no nível alfabético a criança entrará em conflitos como a utilização de representações baseadas nos sons com as hipóteses propriamente alfabéticas, através das palavras que ela começa a se deparar ela vai começando a fazer relação entre as letras e os sons. Então nesse ponto ela começará a entrar no nível alfabético, fase em que ela começa a perceber que um fonema pode ser representado por mais de uma "letra", que reconhecer o som não significa representação da escrita por conta das representações ortográficas próprias da língua, no início ela pode misturar em uma representação de um objeto, silábas que ela já consegue formar de acordo com a escrita propriamente dita e reprentações que seriam parecidos com os da fase anterior, ou seja, colocando uma letra que não corresponde aquele som porque ela ainda não o reconhece. E a criança ainda passará por conflitos cognitivos até a alcançar a leitura como a de um adulto, mesmo após o reconhecimento das letras e de uma escrita em nível alfabético.

Após a aula do dia 02/07, acrescento mais detalhadamente algnus conceitos que ainda não tinham sido explicitados:
A hipótese da quantidade mínima (já mencionada anteriormente) ocorre logo no início da fase pré-silábica quando a criança sabe que ela tem que representar a palavra com um número mínimo de "letras", que pode ser de no mínimo duas ou três. Essas representações podem ser longe ainda das formas de uma letras (como na ilustração da página 13, de Lucía).
Nesse momento as crianças irão coordenar a quantidade de letras a partir das silábas, a autora chama este ato de projeto de ação, em que a crianças irào resolver o problema de quantas letras terá para uma palavra, chamada de correspondência quantitativa e também correspondência qualitativa, que está relacionado com o significado e sentido além do dado quantitativo. A Variação interna ocorre na alternação das letras para formar outras palavras, já que a criança já sabe que deve formar uma sequência diferente, esse processo funciona como uma análise combinatória.
A tematização é a ampliação do conhecimento já adquirido, atingindo uma nova etapa. É uma tomada de consciência sobre um dado conhecimento, como quando vamos tomando consciência de que podemos ampliar nossa aprendizagem ou aperfeiçoar uma tarefa fazendo de outro modo.

Para o diagnóstico da turma ou individual vejam a matéria da Revista Nova Escola: Para conhecer a nova turma, com base nos estudos de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky.

Um comentário:

  1. Caroline, esta reflexão ficou excelente. Você fez um apanhado geral do texto, principalmente, acrescentando os tópicos após nosso debate em sala. A reportagem da Nova Escola que você indica no link, ao final de sua postagem, é bastante pertinente! Muito bom!

    ResponderExcluir