A leitura e a escrita fazem parte de uma identificação social, como identidade, possui tempo e lugar determinados. Portanto não podemos pensar em um padrão de alfabetização, já que mesmo compartilhando de um sistema de linguagem e escrita iguais, as práticas educativas deverão ser específicas de cada grupo, devido as relações específicas que cada grupo social constrói com a leitura e a escrita. A escola também não é neutra, portanto também tem seu sistema de práticas letradas, porém nem todos os grupos compartilham das mesmas práticas da escola, o que acaba favorecendo a escolarização de determinados grupos sociais. Se a escola não reconhece as habilidades das crianças, buscando aprender e reconhecer novas práticas letradas em busca do êxito dos seus alunos, a deficiência fica na escola e não no aluno. A alfabetização deve ser visto como um processo psicolinguístico e sociolinguístico. Três aspectos devem ser analisados, que são as problemáticas mais comuns encontradas nas escolas com relação entre o uso da linguagem oral, ou seja as habilidades que o aluno já possui e a alfabetização inicial: primeiro, a língua utilizada na escola para alfabetizar ser diferente da apropriada pela criança no seio familiar pode ser complicador já que a linguagem oral utilizada no cotidiano tem papel importante na alfabetização. Segundo o processo de interação oral realizado em casa, como seus objetivos e valores, influenciará no êxito ou não na escola, pela diferença que pode existir de objetivos e valores refentes a utilização da linguagem que algumas crianças podem estar despreparadas para os usos da língua que fará no ambiente escolar. Por último, as convenções adotadas pela escola dos tipos de textos que devem ser utilizados na alfabetização pode ser prejudicial se for de encontro com as práticas sociolinguísticas. Portanto os professores (as) devem pensar na alfabetização para cada indivíduo ou comunidade, já que esta funciona como um "amplo conjunto de práticas sociais" (p.94)
Referência: TEBEROSKY, Ana. GALLART, Marta S. et.al. Contextos de alfabetização inicial. Trad. Francisco Settineri, Porto Alegre: Artmed, 2004. (p.85-98)
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Carolina, você iniciou bem a reflexão, porém, é necessário tratar dos diferentes contextos de alfabetização que são tratados pelas autoras. Além disso, coloque, no início da postagem, o título do texto e as autoras. A referência ao final pode permanecer, sem problemas.
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